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Mulher é indiciada por agressões contra marido, além de dopar e usar aposentadoria da vítima, no DF

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A Polícia Civil indiciou, por maus-tratos, uma mulher de 53 anos suspeita de agressões contra o marido. A vítima é um servidor público aposentado, de 49 anos, diagnosticado com esquizofrenia. Segundo os familiares, os abusos ocorrem há pelo menos 10 anos.

Os enteados da vítima, que preferiram não se identificar, contaram que a mãe e o padrasto se conheceram em 2001. Eles disseram à polícia que o homem sofria agressões físicas e verbais pela mulher.

Em uma das situações, um dos filhos contou que chegou em casa e viu o padastro “desolado” ao, supostamente, ser agredido. Após o episódio, o enteado decidiu sair de casa.

“Estava tudo quebrado, tudo bagunçado, e ele bem triste dizendo que minha mãe tinha batido nele”, contou um dos filhos à polícia.

Ainda segundo a investigação, os três filhos da mulher moraram com o casal em Brasília até 2012 e afirmam que a mãe sempre tomou conta do salário do marido, analista concursado do Banco Central, que recebe aposentadoria de R$ 23 mil.

Segundo os familiares, ela alegava que, por ter “problemas mentais”, o companheiro não poderia administrar o dinheiro.

“Ela dizia para ele: ‘você não pode cuidar do dinheiro, você gasta muito, você não pode dirigir. Você tem problemas psiquiátricos e não pode cuidar da sua conta”, contou uma das filhas da mulher suspeita.

O caso foi investigado na 21ª Delegacia de Polícia como maus-tratos. O delegado responsável pela investigação ouviu testemunhas e vai enviar o inquérito à Justiça. Até a publicação dessa reportagem, a Polícia Civil não tinha informações sobre o paradeiro do casal.

Aposentadoria e viagem a Portugal

Ainda em 2012, segundo os filhos da mulher denunciada, ela decidiu se mudar para Portugal e deixou o marido, que precisa de acompanhamento, sozinho em uma quitinete na Asa Norte. No entanto, na Europa, ela teria ficado “em situação precária e sem dinheiro”.

Em seguida, ela decidiu retornar ao Brasil pois, segundo familiares, o servidor poderia perder o salário.

A mulher voltou ao DF e deu entrada na aposentadoria do marido, por invalidez. Por conta disso, acabou levando o homem de volta com ela para Portugal onde, segundo os filhos, ela contou que o marido ficava preso em um quarto e só poderia sair com a permissão dela.

Em uma conversa com um dos filhos, enviada à Polícia Civil, a mulher reclama e diz: “Se eu tivesse certeza que não perderia a pensão, entregava este poia para a mãe dele”.

Retorno ao Brasil

Em julho deste ano, no entanto, os filhos contam que a mãe resolveu voltar ao Brasil para fazer uma cirurgia estética. A mulher alugou um apartamento em Águas Claras para o casal ficar temporariamente. No mesmo mês, segundo uma das filhas, em um encontro familiar, a mulher teria agredido o padrasto e o enforcado.

“Ela enforcou ele na frente de todo mundo, vimos que a situação estava muito pior”, contou a filha da suspeita à Polícia Civil.
Após o episódio, os enteados entraram em contato com a família do servidor, que mora no Rio de Janeiro, para informar a situação e pedir ajuda. Então, todos se uniram e decidiram entrar na Justiça com uma ação de interdição para que o homem volte a ficar sob os cuidados da mãe, que também mora no Rio de Janeiro.

Além disso, os enteados conseguiram informações com uma diarista que prestou serviços no apartamento em Águas Claras nesse período. A mulher, que não poder ser identificada por motivos de segurança, contou que o servidor tinha sido agredido pela esposa no braço.

“A diarista falou que ele é proibido de tirar a camiseta. Depois, ela viu que ele está cheio de marcas no braço, de hematomas”, contou uma das enteadas da vítima.

Vítima sedada

Por causa do risco à vida do servidor público, os enteados resolveram ir com um policial militar até o apartamento do casal em Águas Claras, no início de agosto. Os familiares, segundo a polícia, aproveitaram o dia da cirurgia da mulher, para que ela não os impedisse de ver o padrasto.

De acordo com a investigação, o homem estava em casa apenas com a diarista contratada para ficar no local. Segundo os enteados, ele foi encontrado dopado. O policial militar que esteve no local depôs como testemunha e também relatou que a vítima estava sob efeitos de superdosagem de medicamentos.

Após procurarem a Delegacia de Taguatinga Sul e registraram mais um boletim de ocorrência contra a mulher suspeita de maus-tratos, os enteados contam que não tiveram mais notícias sobre o servidor e a mãe.

Fonte: G1.

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