Com falta de alimentos, água potável e vagas nos hospitais depois do terremoto ue atingiu o sudeste no Haiti no sábado (14), o país ainda enfrenta o medo de novos desabamentos, em meio à chegada da tempestade tropical Grace.
“A situação está muito difícil. Muitas casas estão destruídas e tantas outras estão a risco”, disse o padre Louis Merosné, em Anse-à-Veau, em entrevista por telefone à RFI. “Estamos à espera da tempestade que foi anunciada, mas ninguém quer entrar em casa por medo de tudo desabar.”
“As pessoas dormem a céu aberto e se perguntam como vão fazer com essa chuva. Não temos tendas para oferecer, nem abrigos provisórios. Essa é a nossa necessidade número um, junto com comida e água potável”, afirmou.
O padre relatou ter “um pouco de estoque” de alimentos, que costuma doar aos pobres. Mas, segundo ele, a comida terá chegado ao fim em no máximo três dias.
“As estradas não estão totalmente danificadas. A maioria dos mantimentos se encontra na capital Porto Príncipe e para vir de lá, é preciso passar por Martissant, uma zona onde há guerras entre gangues. Não há segurança e todo mundo tem medo de atravessar essa área”, salienta o religioso.
Sem água potável
Em Pestel, 90% das casas foram destruídas pelo terremoto de magnitude 7,2, cujo epicentro ocorreu a cerca de 160 quilômetros da capital haitiana.
“Não temos mais nada, nem produtos básicos. Estamos esperando a ajuda humanitária”, disse o prefeito de Pestel, Guy Amorse-Marcelin.
“Não temos água potável, porque todos os reservatórios e cisternas desabaram. Sobrou apenas uma água coletada das chuvas em maio”, afirmou. “O hospital mais próximo fica muito longe do centro da cidade e estamos cheios de feridos precisando de atendimento.”
Mais de 1.400 mortes já foram confirmadas pela tragédia. As equipes de resgate ainda buscam desaparecidos possivelmente presos nos escombros, mas a cada hora que passa, a esperança de encontrar sobreviventes diminui.
Fonte: G1.