Alvo de duas megaoperações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), a liderança da facção Terceiro Comando Puro, também conhecida como TCP, sofreu um duro golpe nesta quinta-feira (16/5). Mais de 450 policiais federais, civis, militares e penais cumpriram 105 mandados de prisão preventiva em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A Justiça também determinou o sequestro judicial de dois imóveis no Rio de Janeiro, avaliados em R$ 1,5 milhão, de um veículo blindado, bem como o bloqueio judicial de valores de 23 investigados.
Origem
Rival do Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando Puro é uma das maiores facções do Rio de Janeiro. A organização criminosa foi criada em 2002 por dissidentes do extinto Terceiro Comando.
O TCP surgiu após uma revolta no presídio Bangu 1, onde foram mortos os líderes do Terceiro Comando, o que deixou espaço para a ascensão de uma nova liderança – inicialmente encabeçada por Nei da Conceição Cruz, conhecido como Facão e condenado a 26 anos de prisão posteriormente.
O grupo ficou conhecido pela intolerância a religiões de matriz africana e por usar o nome de Deus para controlar áreas no Rio de Janeiro, pelo fato de os líderes serem evangélicos. Um dos símbolos usados pelo TCP, inclusive, é a bandeira de Israel – presente, por exemplo, no informe que convoca criminosos do estado.
Atualmente, o comando do TCP está nas mãos de figuras proeminentes, inclusive Menor P, Peixe, Peixão, Coronel, Bill e TH.
Peixe exerce autoridade sobre a Vila Aliança, em Bangu, enquanto Peixão domina o Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio. Menor P e TH compartilham o controle sobre a Maré.
Além disso, no fim da última década, as forças policiais observaram uma aproximação das lideranças do TCP com grupos de milicianos, o que contribuiu para a expansão dos territórios da facção.